top of page

Chacina da Baixada completa 13 anos


Chacina da Baixada completa 13 anos

No dia 31 de março de 2005, policiais militares balearam trinta pessoas, matando vinte e nove, nas cidades de Nova Iguaçu e Queimados. Foi a maior chacina do Estado do Rio de Janeiro. A fim de não deixar cair no esquecimento, para lembrar os treze anos desta tragédia, familiares, com a apoio de várias entidades, entre elas a ComCausa, promoverão atividades em memória das vítimas.

A cientista social da ComCausa, Fernanda Torres, destacou que o assassinato da vereadora Marielle e de Leandro, parece ter dividido ainda mais a sociedade: “Foi lamentável ver os discursos de ódio, a celebração da morte das pessoas. Uma verdadeira campanha para se rasgar o tecido social e acirrar uma guerra onde as vítimas estão nos mesmos estratos socioeconômicos. Na lembrança da maior chacina do Rio, reforça a necessidade de repensarmos a nossos conceitos”.

Lançamento dos portais sobre segurança, jovens, vítimas e policiais

Durante mais de uma década a ComCausa tem se dedicado a atenção aos familiares de vítimas da violência. Várias destes casos serão colocados no portal ACOLHER (comcausa.net/ACOLHER) que lembra das pessoas acompanhadas. “Tristemente perdemos o número de pessoas que atendemos pontualmente, ou que acompanhamos nestes anos. É um movimento silencioso, de apoio solidário. Muitas vezes somente conseguimos isto: a mão no ombro, a atenção no pior momento” - diz Adriano Dias, fundador da instituição – “Por outro lado, temos todo o esforço de romper com a espetacularização ou exploração da vitimização destas pessoas. São mães e pais coragens, amigos e até vizinhos que tem o resto de suas vidadas mudadas pela violência que devem ter a atenção e suporte em suas lutas”.

Desde 2007, a ComCausa tem se esforçado em ampliar o debate da segurança pública e de políticas de prevenção da violência. Por conta disso participou ou promoveu centenas de iniciativas que procuram levar este debate com coerência para a sociedade. “Buscamos cada vez mais interlocução com agentes das polícias e gestores públicos, não como uma simples cobrança, mas com proposição e contribuição para articular saídas viáveis (...) A polarização de posicionamentos não ajuda na construção de uma sociedade com uma cultura de direitos. A radicalização somente fornece argumentos quem, por um lado, promove o discurso reacionário e de propagação do ódio – no qual muitas vezes ele mesmo é vítima. Por outro, acomodam cada vez mais aqueles que cobram mudanças nas dinâmicas das violências, mas somente no discurso”. Assim, a fim resgatar os diversos debates sobre a segurança pública e promoção da valorização da vida que a ComCausa participou, será disponibilizado o portal ‘Segurança Pública’ (comcausa.net/segurancapublica) será disponibilizado no dia 28 de abril.

Acompanhamento de mortes de policiais mudou posicionamento de ONG

O jornalista Adriano Dias afirma que “a maioria dos familiares de policiais mortos são moradores do subúrbio da cidade do Rio e da Baixada, muitos casos acompanhamos e tentamos contribuir dentro das possibilidades. Os policiais, principalmente os da PM estes que estão sendo também vítimas de um circulo vicioso de uma política pública ineficaz que repete os mesmo erros há mais de 30 anos. Sem abrir diálogo, apoiar também os policiais que são vítimas. Ficaremos no discurso simples de acusação sem proposição que muitos movimentos de direitos humanos tem tido há décadas. Não é fácil, pois somos objeto de sectarismo tanto dos movimentos quanto dos agentes de seguranças e suas famílias”. Adriano destacou que a ComCausa foi a primeira a colocar uma faixa de um policial assassinado, o Tenente Leidson Acácio, na caminhada de uma chacina feita por policiais.

A fim de enfrentar o discurso que “direitos humanos é para bandido, não para polícia”, a ComCausa lançara um portal com o memorial dos policiais vítimas da violência. Segundo Adriano Dias, “não entraremos no debate das condições que ocorreram - quem tem que apurar são as autoridades -, faremos o registro de todos os agentes de segurança assassinados no Rio a partir deste ano”. O portal Memorial Policias Rio” (comcausa.net/memorialpoliciaisrio) estará no ar no dia 30 de abril.

Jovem Fica Vivo no dia 31 de março

Em 2014, a ComCausa lançou a campanha Jovem Fica Vivo que tem como finalidade promover uma cultura de direitos entre a juventude, discutindo as conjunturas que a levam a ser as principais vítimas e perpetradoras da violência, mas principalmente, destacando as virtudes dos movimentos positivos promovidos por estes. Foram. Para isso foram realizadas campanhas eletrônicas e impressas, produção e exibição de vídeos, palestras, debates, saraus de poesia, apresentações musicais, construção e mostras de fanzines, entre outros.

Na apresentação do grupo Cólera, no Subúrbio Alternativo no dia 31 de março, a ComCausa lançara mais uma edição imprensa do fanzine impresso e iniciará uma campanha 2018 de adesão ao ‘Jovem Fica Vivo’ através de registros fotográficos. “Hoje, com as redes de internet, podemos juntar muita gente para promover uma cultura de direitos”, afirma Adriano Dias, idealizador da campanha.

Lançamento de documentário e cartografia Social

No dia 27 de março de 2018, acontecerá a pré-estreia do curta documentário Nossos Mortos Têm Voz - Filme. O evento acontecerá no Cine Odeon. A exibição do filme começa às 18h30min e em seguida haverá um debate com a presença dos diretores do filme, representantes do Fórum Grita Baixada: Segurança e Cidadania, do Centro de Direitos Humanos da Diocese de Nova Iguaçu, mães representantes da Rede de Mães e Familiares da Baixada Fluminense e com mães e familiares protagonistas do filme. Já na quarta-feira, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, será a noite de autógrafos da Cartografia Social sobre o Impacto da Militarização na Vida das Mulheres da Baixada Fluminense.

Décima terceira caminhada

Na manhã desta sexta, dia 31 de março, familiares de vítimas e diversos movimentos sociais promoverão a décima terceira caminhada em memória à chacina da Baixada. A concentração foi na Rodovia Presidente Dutra, na altura do bairro Explanada, e sairá no trajeto por onde as pessoas foram assassinadas em Nova Iguaçu, pelos bairros da Posse até a Cerâmica. Em cada local das mortes, será feita uma parada e prestado homenagens às vítimas.

0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comentarios


bottom of page