A banda Dead Kennedys é uma das principais referências de várias gerações que tiveram suas vidas influenciadas pela a música e a filosofia do punk rock. Formada em 1978 na cidade de São Francisco, na Califórnia, sempre teve posicionamentos políticos antifascistas – exemplo da letra “Nazis Punks Fuck Off”; "California Über Alles" (crítica ao então governador da Califórnia Jerry Brown); "Police Truck" (contra a violência policial); "Kill the poor" ("Mate os pobres"); "Rambozo, the clown" ("Rambozo, o palhaço"), e a famosa "Holiday In Cambodia", um hino contra a guerra do Vietnã.
Tendo Jello Biafra, como vocalista e letristas, sua militância política o levou a ser candidato a prefeito de São Francisco entre o envolvimento em outras causas. Como agitador cultural criou gravadoras e destruidoras para apoiar várias bandas alternativas.
O Dead Kennedys - sem Jello Biafra -, está em turnê pelo Brasil tendo como principal banda de abertura o Garotos Podres. O primeiro show será neste terça, dia 23 no Circo Voador no Rio de Janeiro.
Foi produzido então um cartaz exclusivamente para divulgar as datas dos shows pelo Brasil pela EV7 Live, responsável pelos shows do Dead Kennedys no Brasil. De autoria do ilustrador Cristiano Suarez, fã da banda também que se inspirou em várias músicas e mensagens do grupo, a arte do cartaz foi publicado nesta segunda, dia 22 de abril.
Nele é retratada uma família que veste camisetas da seleção brasileira e que usa perucas em referência ao palhaço Bozo, nome pelo qual o presidente Bolsonaro passou a ser chamado. Os integrantes da família seguram armas e, ao fundo, é retratado um favela em chamas, com explosões e tanques de guerra conduzido por “Bozos” assassinos com fuzis nas mãos que adoram "pobre morto".
Uma das crianças do cartaz, armada com uma espingarda, fala em um balão de quadrinho: “I love the smell of poor dead in the morning!” (em português, “eu amo o cheiro de pobre morto pela manhã!”). Uma referência a frase "I love the smell of napalm in the morning" (Eu adoro o cheiro de napalm pela manhã), do filme Apocalypse Now (1979).
Dead Kennedys recua diante de ataques facistas
Diante de vários ataques a banda soltou um comunicado afirmando que o pôster “foi divulgado pelo promotor dos shows sem o conhecimento do Dead Kennedys, e não é autorizado”. Os integrantes do Dead Kennedys afirmaram "não poder presumir saber o suficiente sobre a situação de outros países para entrar em suas políticas específicas". Rafirmando que "o pôster não reflete uma declaração política ou posição do Dead Kennedys".
Diante da onda fascista que a sociedade brasileira passa, além dos ataques de internet, se temeu por atentados nas apresentações. Entretanto, deve-se destacar que todos os dias militantes, políticos, músicos, bandas, ONGs, estão sujeito a todos os dias aos arroubos dos seguidores das violências incentivadas pela família Bolsonaro e os integrantes dos seus governo, se é que podemos chamar assim. Neste sentido, a banda amarelou e deixou o dinossauro do Rock Progressivo, Roger Walter, de moicano em pé com a moral diante da postura do atual ‘Kennedys Mortos’. Para quem aprendeu que ‘punk rock é vida (...) é autonomia (...) é atitude (...) é coragem ... Kennedys brocharam muita gente.
Por fim, após o comunicado do Dead Kennedys, as postagens com o pôster foram deletadas dos canais oficiais de divulgação e da página da produtora EV7 Live. Entretanto segue nas redes do artista alagoano Cristiano Suarez - com o nome da banda apagado -, e também em milhares de militantes contra o facismo pelo Brasil.
Em entrevista com Cristiano Suarez na Rádio Rock - São Paulo, 89,1 mHz -, o autor afirmou que a banda Dead Kennnedys aprovou a arte e depois negou.
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