Acontecerá na Catedral de Nova Iguaçu uma roda de conversa com a autora do livro ‘Dom Adriano Hypólito no rastro da violência em Nova Iguaçu’ no próximo dia 02 de outubro. O encontro será a partir das 18h com a autora do trabalho, Adriana Bastos Kronemberger.
Sinopse do livro: Durante a ditadura civil e militar no Brasil (1964-1985) ocorreu um agravamento da violência na Baixada Fluminense. Neste mesmo período desenvolveu-se na cidade de Nova Iguaçu um movimento católico inspirado pela Teologia da libertação, que se posicionava ao lado do povo pobre, contra as arbitrariedades da ditadura e em defesa dos Direitos Humanos. Este movimento teve como figura central o bispo dessa cidade: Dom Adriano Hypólito. Objetivo do trabalho é analisar e discutir as ideias desse bispo católico com outros autores e pesquisadores que se dedicaram à questão da religiosidade e à formação social do Brasil, dando especial atenção à questão da violência na Baixada Fluminense nas décadas de 1970 e 1980, apontando que as palavras de Dom Adriano podem ajudar na compreensão de que a violência está vinculada a fatores históricos, políticas públicas equivocadas e descaso.
As fontes do trabalho foram exemplares do jornal diocesano de Nova Iguaçu, chamado ‘A Folha’, além de entrevistas concedidas por Dom Adriano a jornais e revistas, algumas matérias de jornais do período e dois documentários: Nova Iguaçu, a cidade dos meus olhos (2003) e Diocese de Nova Iguaçu: 50 anos de missão (2013).
Segundo a autora, “para lidar com as minhas fontes utilizei o método de leitura e análise dos discursos de Dom Adriano em diálogo com obras que se referenciam às formações social, espacial e ideológica da Igreja Católica, do Brasil e da Baixada Fluminense. Então foi feita uma análise do trabalho pastoral da Igreja de Nova Iguaçu nas décadas de 1970 e 1980, quando o referido bispo assumiu uma posição política de resistência à ditadura e de denúncias das ações dos Esquadrões da Morte na região. A justificativa para este trabalho está na proposta de reflexão acerca do papel da religiosidade na sociedade brasileira, pois em tempos de multiplicação de ideias intolerantes e excludentes se faz importante rediscutir uma Igreja que, em certo momento histórico, se posicionou entre a coletividade e o individualismo, buscou fortalecer os laços de comunidade e lutou contra a violência acobertada e, muitas vezes, empreendida pelo Estado”, afirma Adriana Bastos.
Adriana atua é doutora em história social pela PUC/SP, mestre em história social pela PUC/SP. Além de especialista em história, sociedade e cultura pela PUC/SP; mestranda em ensino de história pela UNIFESP. Atua como professora na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e participa do CEHAL (Centro de Estudos da América Latina) e do OVP (Observatório das Violências Policias de SP), grupos desenvolvidos pelo Departamento de História da PUC de SP - Graduação e Pós-graduação.
Desde 2018, ano do centenário de Dom Adriano Hipólito, a ComCausa criou um memorial eletrônico no endereço https://www.comcausa.net/domadriano
A Catedral de Santo Antônio fica no centro de Nova Iguaçu, na Av Marechal Floriano Peixoto 2264 - Centro, Nova Iguaçu.
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