Várias vozes se juntaram em uma só, na manhã desta quinta-feira, 16 de novembro, contra o preconceito e para pedir respeito na abertura da quinta edição do Festival Literário Internacional da Diáspora Africana de São João de Meriti (Flidam).
O superintendente de Igualdade Racial, Frei Tatá, falou sobre a importância do evento e agradeceu ao governo pela ajuda na realização. “O Flidam é um ato fundamental contra o racismo e contra o preconceito religioso, além de ser um espaço de afirmação da identidade negra. Queremos ter voz e mostrar nossa cultura”, disse: “Aproveito para agradecer a prefeitura, a assessoria de imprensa do governo e todas as pessoas que estão nos ajudando”.
Para o subsecretário de Direitos Humanos, Marcelo Rosa, os desafios são grandes e um festival como o Flidam é resistência: “Enfrentamos muitas dificuldades na subsecretaria mas não vamos desanimar. E o Flidam vem para mostrar isso. Tenho certeza que será um sucesso”.
Já a deputada federal Benedita da Silva, que também participou da mesa de abertura, afirmou que o mundo precisa de mais amor e menos egoísmo. “Fico muito feliz em participar do festival junto com esta mesa ecumênica, representada por várias religiões. Precisamos nos unir cada vez mais”, pediu.
O evento contou com a presença de umbandistas, candomblecistas, evangélicos, e representantes de vários países: o cônsul geral de Angola no Rio, Rosário de Ceita; da Bélgica, Jean-Paul Charlier; do cônsul honorário da República de Cabo Verde, Pedro dos Santos e Brittany Hardy, membro do consulado dos Estados Unidos.
Participou, também, o secretário de Obras, Antonio Sobrinho, representando o prefeito Dr. João; e ainda o secretário de Educação, Bruno Correia; Veronica Nascimento, da Secretaria de Cultura do Estado e Nei Santos, presidente da Academia de Letras e Artes de São João, entidade parceira da Prefeitura na realização do evento. “Estamos aqui com a 5ª edição do Flidam, representando os artistas da nossa cidade. Agradeço a parceria e o apoio para realização do festival. Precisamos deixar de lado as diferenças religiosas para que prevaleça a união entre os homens, que é o que precisamos. A cidade precisa abraçar este festival”, disse Nei Santos.
Flidam nas escolas
As escolas da rede municipal de São João de Meriti também estão mobilizadas nas atividades do Flidam. Nos últimos meses, os alunos levaram o tema da cultura negra para a sala de aula. E, nesta semana, apresentarão em uma exposição belíssimos trabalhos literários e redações, que têm como tema o marinheiro, João Cândido, negro que liderou a Revolta da Chibata, no início do século passado, e que foi morador da cidade. As redações devem ser organizadas em um livro.
“Esse festival é o reconhecimento das ações tanto da cultura negra, quanto da cultura literária. Mostra o caminho da transformação das políticas afirmativas e da interação com a nossa cultura da Baixada Fluminense. Parabenizo todos os envolvidos. É um momento único para nossa cidade”, afirma o secretário de Educação, Bruno Correia.
Exposição “Identidades Negras”
À tarde, no Shopping Grande Rio, aconteceu a abertura da exposição de quadros da artista plástica Rita Vianna. As imagens ficarão no local até o próximo dia 20, no horário de funcionamento do estabelecimento.
O Flidam contará com várias atividades na Praça da Matriz, como palestras, feira do livro e artesanato, oficinas de bonecas Abayomi e de turbantes e roda de conversas com escritores. A programação começa sempre às 8h e o Flidam vai até o dia 20, quando é comemorado o Dia da Consciência Negra.
No sábado, dia 18, o Trem do Flidam sairá, às 7h, da Central do Brasil, com apresentação do Afoxé Guerreiros de Odé e Afoxé Raízes Africanas, até São João. Em seguida, haverá a caminhada até a praça que será palco de respeito a diversidade de credo, onde religiosos de Umbanda e Candomblé farão a lavagem da escadaria da Igreja da Matriz.
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