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Histórias em Quadrinhos: Veículos Culturais


Hoje é o dia Nacional da História em Quadrinhos.

As histórias em quadrinhos começaram a aparecer no Brasil no século XIX. Mas antes de se apresentarem em tiras, foram charges e caricaturas. No dia 30 de janeiro de 1869, o cartunista Angelo Agostini publicou a primeira história em quadrinhos brasileira, “As aventuras de Nhô-Quim”, ou “Impressões de uma Viagem à Corte”. A partir de 1984, a data passou a celebrar o Dia do Quadrinho Nacional.

O gênero, conhecido como 9ª arte, inicialmente era endereçado somente ao público infantil, mas no decorrer de mais de um século, o público foi se tornando cada vez mais voltado ao público mais velho, com o mais variados gêneros, de infantil ao terror, de ficção cientifica aos de super-heróis, passando pelos mangas (quadrinhos japoneses).

Os quadrinhos são veículos culturais. Imprimem, nas suas páginas e personagens, aspirações, impressões e até mesmo críticas, levando a reflexão e muitas vezes, dando conselhos (lembra do Horácio, o simpático e filosófico dinossauro criado por Mauricio de Souza em 1961?).

Longe de atenderem somente ao público infantil, as HQs do gênero dos Super-Heróis, passam histórias de superação, com mensagens de que o bom combate vale a pena. Juntos ou separados, os heróis das HQs lutam por dias melhores, se colocando entre os que não conseguem se defender da maldade do mundo (ou até de outros mundos). Invariavelmente, os grandes vilões têm desejos egoístas de impor suas vontades, privando a humanidade de sua liberdade. Lutar por isso é mais que justo. É o um dever. E de todos nós.

Existem personagens com poderes inimagináveis, como Thor e Superman, mas que tem na sua força de caráter sua melhor característica. Mas heróis mais humanos, como Batman e Homem Aranha, estão dispostos aos maiores sacrifícios para que outros não passem pelas tragédias que se abateram sobre eles. Superaram a dor de perder quem amavam e a transformaram em forças, não para se vingarem, mas para que a justiça prevaleça. Temos vários heróis do dia-a-dia que são assim. A arte imita a vida.

Nos quadrinhos nacionais temos nomes incríveis, mas os icônicos Mauricio de Souza e Ziraldo são, sem sombra de dúvida, seus maiores expoentes. A Turma do Pererê, de Ziraldo é tão vanguardista que, foi retirada de circulação, em 1964, por ser considerada “ideologicamente ameaçadora à democracia” pelo regime militar que comandava o País à época. A Mata do Fundão, onde se passavam as aventuras do Saci e seus amigos, era um retrato do Brasil. Mauricio, com Mônica (inspirada na sua filha) e sua turma, nos trazem, além de boas gargalhadas, momentos de reflexão. Chico Bento, caipirão típico do interior, e Papa Capim, o indiozinho simpático e corajoso, são grandes defensores da natureza, com várias de suas histórias com a temática ecológica. Eles nos presenteiam com um chacoalhar de questionamentos: fazemos realmente o necessário pelo nosso planeta?

As HQs são bem mais do que histórias para distrair. São, em alguma medida, histórias de nós mesmos. São reflexos do seu tempo. E como tal, devem ser respeitadas e comemoradas como o que são: A arte do dia-a-dia.

Viva a Nona Arte. Viva o Dia do Quadrinho.

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