top of page

ONU apresenta formulário de avaliação de risco à mulher na CPI do Feminicídio

  • #ComCausa
  • 5 de jun. de 2019
  • 3 min de leitura

ONU apresenta formulário de avaliação de risco à mulher na CPI do Feminicídio

A apresentação do formulário, considerado uma ferramenta importante para auxiliar profissionais na aplicação da Lei Maria da Penha, foi feita nesta quarta-feira (05/06) pela pesquisadora e ex-coordenadora da ONU na área do enfrentamento à violência contra a mulher, Wânia Pasinato, durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que investiga os crimes de Feminicídio no estado do Rio.

Trata-se de uma ferramenta importante para auxiliar na aplicação da Lei Maria da PenhaCiúme excessivo, histórico de violência, separação entre o casal, e agressões sequenciais e progressivas contra a mulher são os quatro fatores de maior risco para o agravamento da violência doméstica, segundo formulário criado pelo Conselho Nacional do Ministério Público, em parceria com a União Europeia. O documento chamado de Frida tem 19 perguntas objetivas e serve para avaliar o grau imediato de risco.

“Se houver a combinação desses quatro fatores há um aumento de 60% para o risco de um quadro de agravamento de violência contra a mulher. O Frida já foi apresentado em abril deste ano em cinco estados do país (Ceará, Piauí, Paraíba, Minas Gerais e Roraima) para mais de 500 pessoas e o processo de implementação já começou no Ceará e em Minas Gerais, mas ainda não está sendo utilizado em nenhum estado”, afirmou Wânia. Ela lembrou ainda que a maior taxa de assassinatos acontecem com as mulheres negras e pobres.A pesquisadora disse que para o formulário ser eficaz no sentido de medir o risco de violência às mulheres é necessária a capacitação dos profissionais das unidades de atendimento à mulher e deve ser utilizado por profissionais treinados. "A avaliação de risco deve ser aplicada cada vez que a mulher passe por atendimento e reaplicada nos contatos seguintes com a atualização de informações. Precisamos de profissionais qualificados e treinados para preencher o documento e, consequentemente, deve haver um compromisso das instituições envolvidas”, ressaltou.

Quanto a essa aplicação do formulário, Martha Rocha afirmou que ele pode ser usado em diversas áreas para um atendimento efetivo às vítimas de violência, especialmente em hospitais: “Se esse formulário fosse aplicado na área da saúde, por exemplo, a mulher que vai ao hospital e não à delegacia poderia ser submetida a uma análise e se for constatado um risco efetivo, a vítima poderia ser encaminhada a um abrigo ou imediatamente a uma delegacia”.

Dificuldades na investigação

A titular da delegacia de descoberta de paradeiros, Elen Souto, afirmou que a grande dificuldade da unidade é investigar crimes de feminicídio com ocultação de cadáver. “A investigação nesse caso começa com um registro de desaparecimento feito pela mãe ou pelo próprio companheiro, autor do homicídio. A pena para o crime de ocultação de cadáver é muito pequena, não muda em nada se a pessoa for condenada por homicídio. É preciso repensar do ponto de vista legislativo em âmbito nacional essa mudança na pena. Mas na maioria das vezes, o autor de crime de feminicídio quer expor o corpo da mulher e de certa forma facilita a investigação”, disse a delegada, anunciando que o governo do estado deve criar uma unidade especializada para atender a parentes de desaparecidos na Baixada Fluminense. Ela afirmou que pelo menos nove pessoas somem na região diariamente. Atualmente a delegacia atende somente a desaparecimentos no município do Rio. Segundo Elen, desde a criação da delegacia, em setembro de 2014, até abril deste ano foram registrados 10.678 casos de desaparecimento na capital fluminense.

Comentarios

No se pudieron cargar los comentarios
Parece que hubo un problema técnico. Intenta volver a conectarte o actualiza la página.
bottom of page