O Tribunal Regional Federal pautou para o próximo dia 14 o julgamento do sargento reformado do Exército Antônio Waneir Pinheiro de Lima, o “Camarão”, acusado de cometer sequestro, cárcere privado e estupro de Inês Etienne Romeu na “Casa da Morte”, em Petrópolis, durante o regime militar.
Casa da morte Conhecida como a Casa da Morte, o imóvel em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, onde pelo menos 20 pessoas foram assassinadas pela ditadura civil-militar (1964-1985), está próximo de ser oficialmente tombado como um espaço de preservação da memória e da verdade.
Na década de 1970, a ditadura hoje enaltecida pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, por meio do Centro de Informações do Exército (CIE), fez do imóvel um dos mais terríveis centros clandestinos de tortura e morte.
Em depoimento à Comissão Estadual da Verdade do Rio, em 2014, o coronel reformado Paulo Malhães, na época com 76 anos, disse que as vítimas que passaram pela casa tinham as arcadas dentárias e os dedos das mãos arrancados, e um corte profundo no abdômen era feito para impedir que o cadáver emergisse depois de jogado em um rio da Região Serrana do Rio de Janeiro. Os métodos tinham a finalidade de evitar a identificação de presos políticos que passaram pela Casa da Morte.
Inês Etienne Romeu foi a única sobrevivente e responsável por denunciar a existência do local, em 1979. Ela passou cerca 96 dias na casa, onde foi barbaramente torturada, violentada e presenciou vítimas da ditadura serem torturadas e assassinadas. Inês morreu em 2015, aos 72 anos de idade.
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